06 fevereiro, 2009

Águas turbulentas




Navegava há longos dias

Sobre águas turbulentas,

Porém, tu sim, as merecias,

Tal como gaivotas briguentas.

Lutava contra o temporal

Aproveitando o meu saber,

Tentando chegar ao areal,

Para depois me tentar erguer.

Sentia-me injustiçado;

Traído por aquele vento

A quem tanto tinha amado,

Que se tornara poeirento!

Não conseguia compreender

A metamorfose súbita,

E impossível de antever;

Completamente imprevista.

Ai vento, vento... traiçoeiro,

Como é possível sovares

Aquele que é teu parceiro,

Sem, sequer, te envergonhares?

Por acaso te esqueceste

Dos sublimes e singulares

Momentos que comigo viveste?

Sim, parece não te ralares!

A bom destino hei-de chegar;

Sou mais forte que o vendaval,

Não me consegue aniquilar!

Lutarei, pois sou racional!


Já me parece vislumbrar

Para além da ondulação,

Algo a que me aconchegar...

Será mera alucinação?

António Castanheira- Portugal

Um comentário:

Unknown disse...

Olá, Linda!

Obrigado por divulgares os meus poemas.
Por aqui, o Inverno continua (e a chuva também).
Que saudades do Verão!
Desejo-te uma excelente semana!

Um abraço
António